terça-feira, 28 de abril de 2015

Em tálamo meu...

Dizem que há sete mulheres para um homem,
Mas as minhas devem ser outros que as comem.
Noutros tálamos se entregarão essoutras fêmeas,
Razão de serem os meus dias jornadas abstémias
E de nada haver neles que, enfim, infirme
Esta ressecura a que está confinado meu vime...
Houvera chão onde pudera eu enxertá-lo,
Mas, não havendo, emurcheche-me todo o caule
E não há, assim, ocasião de que floresça e frutifique...
Dessas sete, em verdade, bastar-me-ia uma Afrodite,
Mas nem uma, nem duas, nem três Deus me deu,
E eu só queria, enfim, mulher... em tálamo meu!



El Rey Ninguém
(descrente num tal mito urbano...)

Nota: imagem de A. Jorge Caseirão (in Desenho: Uma passagem pelo Olimpo: As Ninfas)

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