quarta-feira, 29 de julho de 2015

Inscrições abertas

Atenção, senhores, à ‘pergunta do dia’:
O que estuda a Biogeologia?...
‘Bio’ é o estudo dos seres vivos,
Assim vem escrito nos livros
E não é coisa que se conteste.
Já ‘geo’, o que nos diz este?
Basicamente, que estuda as pedras,
As formações rochosas, essas merdas,
O que a Terra tem lá dentro,
E mais ainda, de que não lembro…

Mas o que surge sob este céu
Quando se juntam ‘bio’ e ‘geo’?
Trata-se de nova ordem no caos:
O estudo dos seres vivos… que são calhaus!

Assim, o objecto de estudo do ‘biogeólogo’
Será qualquer chato viciado no monólogo,
Que fale só dele, de manhã à noite
E a quem daríamos, de bom grado, um açoite,
Para que não mais nos chateasse!....


Para que não mais nos chateasse!....
Mas a ‘calhauzice’ não é coisa que passe
Com um bofetão nos cornos,
Daí que seja tão grande o ónus
Para o biogeólogo, pois, querendo dar pau,
Tem de conter-se, e estudar o calhau!...

E por falar nisso, antes que me distraia,
Soube que aceitam qualquer cobaia.
Oportunidade como esta por aí decerto não há,
E por isso, caro amigo, inscreve-te já!
Não dês lugar à indolência
E faz de ti um calhau, em nome da Ciência!


Nota: imagem de AJ Caseirão, in "Desenho: Mini Facia Codex"

domingo, 19 de julho de 2015

Pater Pessoa (ou a arte da inseminação fluvial)

‘Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio…’
Diz o poeta, quiçá latejante de cio,
Sendo que tal pulsão, bem mais que anímica,
Vem a criar um problema de Química.
É que o poeta, declarando o seu Amor,
Fá-lo em plena Ribeira do Jamor,
Ao passo que Lídia, musa do seu desejo,
Molha, àquela hora, seus pés no Tejo…

Sabendo que a Ribeira, em seu curso multifário,
Vem a desembocar no Estuário;

E sabendo que, por uma questão sazonal,
É de 100 m3/ segundo seu caudal;

E atendendo também a que o poeta,
Deparado co’ a pluma erecta,
Sucumbe à toda-poderosa lascívia,
Nele despertada pelo cono de Lídia,
Logo seu viril membro sacudindo
Para tais águas, que vão seguindo;


Calcule, se é que consegue e pode,
Quanto levará a um espermatozóide,
Movendo-se, velozmente, a 3 nós,
A alcançar aquelas águas, junto à foz,
Onde Lídia, que é atrevidota menina,
Já decidiu armar-se em varina,
Nelas imergindo, sem pudor ou sensatez,
Arriscando-se a inopinada gravidez…

Assim demonstre, por A mais B, a solução,
Apresentando toda e qualquer operação
Que evite, ao Pessoa e antes que seja tarde,
O desvario de uma acidental paternidade!...


Nota: imagem de AJ Caseirão,
in ‘Desenho: Do Exército do Quinto Império’