quinta-feira, 22 de março de 2012

Tudo o que eu queria...


No fundo, no fundo, tudo aquilo que eu queria
Era ser, claro está, como o Mexia,
E é que bastava só por um dia,
Porque ele, num só dia de um mês,
Ganha mais que eu em dois ou três,
E muitas, infindas vezes, o contribuinte português…
Por um dia, ser Mexia – estarei a pedir muito?
É que o meu saldo entrou em curto-circuito
E estar sem guito já não vem a ser caso fortuito!
Convenhamos: é que o homem, até quando caga,
Ganha mais que o patrão me paga
Pelo trabalho de toda uma jornada!
E é que não é precisa muita ciência
P’ra se perceber que mesmo quando solta a flatulência,
Até então, continua a auferir como uma eminência!...
Já eu, posso cagar-me o dia inteiro,
Que jamais terei esse gosto prazenteiro
De evacuar notas pelo traseiro!
É que a Eléctrica é como a Ilha do Tesouro:
P’ra lá entrar, há que bater muito o couro,
Mas, com os amigos certos, sai-se a cagar barras de ouro!
 Ah se eu fosse magnata do choque eléctrico,
Não produzia este discurso meio cataléptico,
Não andava magrinho, quase esquelético,
Quase sem carnes… Carnes? Carnes tem a Maria,
Que só ver tais carnes é uma alegria,
Ah se ela me deixasse, também eu lá Mexia,
E você também Mexia, pois com certeza,
Amar o vil metal é coisa da humana natureza,
E, já se sabe, recusar milhão… é malcriadeza!
Assim sendo, e, para mais, como já antes sucedia,
O Zé Povinho vai enchendo o pote da democracia
P’ra que outros lá vão mexer, e ah como eu Mexia…
Mas as minhas mãos, não as ponho nem as tiro,
Senão ‘inda mas trucidam as garras dalgum vampiro!
É preferível ser honesto, mas eu já não sei se prefiro…
Bom, mas será, em todo o caso, como se vê:
Neste país, uns são filhos da p… enfim, “fdp”,
Ao passo que outros, é simples, são filhos da “edp”!...

El Rey Ninguém
(escrevendo em estilo 
assim a modos que eletrocutado)

1 comentário:

  1. São os mexias os mexilhões, os filhos-da-puta e outros que tais que se vão governando , muito sabiamente, muito à custa de um povinho que vai sofrendo e acha vilmente que só pode ser assim. " Só pode ser assim, senão coitados de nós ficamos como os gregos", como se não estivessemos, mais que gregos de aturar tanto mexia ,tanto coelho que nos deixa sem cenouras e sem cor . E se não chegarem os mexias , Vêm os Teixeiras , os inseguros, e toda a pólvora seca que nos lixa.
    " Até quando, filhos-da-puta, abusareis da nossa paciência" ?
    Luís Sérgio

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