domingo, 17 de janeiro de 2016

Requiem para um Amigo

Depois da tempestade, vem a bonança,
Depois do prazer, vem a cobrança…
Pois é, caro Amigo, e agora a tua herança
Vai toda p’ra fraldas de criança!

Julgavas tu, outrora incansável onanista,
Que era só andares por aí, a erguer a crista,
Qual cavaleiro brandindo espada na Reconquista,
E agora… não há desculpa que te assista!


Amigo, é assim que um homem se lixa,
Quando não tem noção donde mete a salsicha
E o desejo, qual fogo, constantemente se atiça.
Às vezes, pensarás, mais valia seres rabicha!...

E agora? Vais ter que abandonar os estudos,
Trabalhar um dia inteiro, por cinco escudos,
Aturar os sogros (um par de jarretas carrancudos),
E, pior ainda, uma mulher de sovacos peludos,

Pelos a sair, em abundância, duma camisa de alças…
Quem te diria, meu Amigo, a dançar estas valsas?
Afinal, caro amigo, todas as promessas eram falsas…
Caramba! Porque o não guardaste dentro das calças?!....

El Rey Ninguém
Nota: foto de Delfim Dias

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