sábado, 24 de setembro de 2011

Eu não fui! Eu também não!...

Quando pega o bicho na fruta
Assiste-se a cada disputa
Que não lembra sequer ao diabo…
Há coisas que ninguém quer levar a cabo,
E isso, simplesmente, por questão de memória,
Quando alguém se dispuser a contar a história.
Vejamos: num lugar remoto, no meio do campo,
Dois carrascos limpam o sarampo
A um velhote a quem já davam os chiliques -
A sua graça, Afonso, o sobrenome, Henriques;
E o busílis de toda a questão
É não chegarem a um acórdão
Sobre quem descerá à sepultura
A carcaça de tão cadavérica criatura,
Porque, segundo consta, não importa
Quem tenha trucidado a aorta
E feito mirrar os órgãos ditos vitais,
Pois, entre os dois algozes nacionais,
A única ralação, a que vem primeiro,
É não querer ser lembrado… como o coveiro!

El Rey Ninguém
(a preencher o formulário de candidatura
p’ra prestar serviço na morgue do Panteão…)

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