Quiçá pouco conhecido ainda,
Deu recentemente à nossa costa
Um faquir vindo da Índia,
País onde Antwani Bosta
Foi graça em baptismo recebida.
Não há agora é quem se decida
Sobre que estatuto legal conferir
A Antwani Bosta, cidadão
Que, tirante a arte de faquir,
Sabe-se provir de região
Onde, estranhamente, o gado bovino
Não tem estatuto de divino,
O que é caso deveras excepcional.
No entanto, bem entendida a questão,
Não quer tal dizer que o animal
Seja tratado abaixo de consideração,
Já que a religião por Bosta professada
Tem a ecologia por coisa sagrada,
Tanto que o que existe de mais atroz
Nos tratamentos ao gado vacum dispensados
É servirem de tractor aos riquexós
Em que os turistas são passeados
A conhecer a redondeza local.
Inclusive o símbolo regional
É uma linda vaca cornuda,
Com riquexó e turista à ilharga,
Saracoteando a cauda farfalhuda
E espalhando bosta pela carga.
No entanto, os comerciantes da Baixa
Queixam-se de menos rupias em caixa,
Pois que a bosta pelas vacas derramada
Ofende, aos senhores turistas, o olfacto!...
De dois em dois passos, é uma cagada,
E, realmente, posto isto, o que é facto
É que se conhece por muito a terra indiana
Menos por entre bosta andar a fazer gincana!
Solução por Antwani Bosta encontrada,
Solução, indubitavelmente, à altura das melhores:
No orifício da vaca que é saída e não entrada,
Acoplar um sistema de catalisadores,
Solução perfeita, que mui apraz à sociedade,
E quanto às vacas… podem largar bujardas à vontade!
El Rey Ninguém
(em estado de adoração à grande deusa Anthral,
um dos mais dúbios avatares do Almighty Shiva!)
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