sábado, 28 de maio de 2011

Afinal, quem é o pai da criança?...

A pergunta, ainda e mais uma vez, impõe-se: 
mas quem diabo é o pai desta criança?...


Como tu reagirias, é coisa que me pergunto,
Se te deitassem às mãos filha que não fora tua?...
Não se trata de ânimo leve um tal assunto,
E ainda mais se nem provaras a carne crua

Onde tal rebento, ao cabo dos nove, se gerara,
Nem souberas, à parte, quiçá, o pai e a mãe,
De que família procedera, ou de que vara,
Nem como viera parar a tuas pobres mãos também.

Pois é, mas o caso, a bem dizer, não fora sequer real,
Tirante p’ra quem filhos deseje ou precise,
Se não ocorrera, claro está, cá neste nosso Portugal,

Pois aqui só pode haver aldrabice, ou truque!,
Já que esta filha – que não é minha! – chamada Crise,
Alguém agora me exige que a sustente e eduque!

El Rey Ninguém
(enésimo candidato numa infinita lista de espera
para um teste de paternidade...)

1 comentário:

  1. Parabéns pelo talento. Que agradável surpresa ver um poeta ao serviço do interesse comum...
    Um abraço

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