Austeridade e mais austeridade, ad nauseam e, pior ainda, segundo parece, ad eternum, conduzir-nos-ão, sem apelo nem agravo, pois com certeza, a uma nação de ascetas!
E um homem, convertido numa espécie de ilha rodeada de agiotas por todos os lados, decide reduzir o seu diâmetro de acção ao pouco que ainda lhe reste de prazer neste mundo, fiado em que, suceda o que suceder, talvez isso, ou apenas isso, enfim, escape a este quase açambarcamento vital, que é o que é!
Por isso, hoje…
Hoje penso, só e unicamente,
Sem quaisquer restrições, em sexo
(Ou quiçá o que para a humana gente,
Ao cabo de tudo isto, faça ainda algum nexo…).
Só isso e apenas tanto como isso: o sexo.
Adeus a todo e qualquer sistema complexo,
Adeus ao preocupar-me com o sucesso,
Adeus ao ser, à força, todo aquilo que pareço,
Adeus à felicidade a qualquer ou sem preço,
Adeus ao aniversário que sempre esqueço,
Adeus ao 'beijinho', ao 'fofinho', e ao amplexo,
Adeus ao que mais me deixa perplexo,
Adeus ao ‘sei quem fui, mas não confesso’,
Adeus ao andar direito, mas voltado do avesso,
Adeus às palavras que digo, mas que não meço,
Adeus aos deuses que, por vergonha, já não professo,
E só isso e apenas tanto como isso: o sexo;
Porque tudo o mais já é velho, desenxabido, e recesso!...
El Rey Ninguém
(pensando... no que toda a gente pensa)
Sem comentários:
Enviar um comentário