Pudera ser
estória de alguidar e faca,
Esta de me duchar
c’ uma vaca,
Mas não! Este vero
evento “deluxe”
Aconteceu sob as
águas do meu duche.
Ali entrei,
despojando-me da roupa,
Ficando em preparos
onde vergonha é já pouca;
Ela, entretanto, já
lá estava, corpo notório,
Encostado,
languidamente, ao rebordo do lavatório.
Ainda agora a
visão, só a visão dela me marca.
Não pude
resistir. Disse: “És mesmo uma vaca!...”
Ela, ante estas
palavras, não tugiu nem mugiu.
Senti então,
sobre a pele, mais acutilante o frio,
Tanto que a tomei
pela mão, conduzindo-a, deste modo,
Ao duche com água
já beijando o rebordo –
Água que então
derramámos sobre os nossos corpos,
As bocas
desabrochando, quais flores de lótus,
Num frenesim a
todos os níveis intenso, crescente,
Uma descoberta
feita cada vez mais urgente…
A vaca, em mim,
cada vez mais se esfregava:
No meu rosto, no
meu peito, nas partes pudibundas,
Deixando-mas, por
tal efeito, inflamadas, rubicundas!...
Tomei-a em minhas
mãos quantas vezes me aprazia,
E nisto seu corpo
bovino mais em mim se derretia.
Quem dela diria
ter um corpo assim, tão fogoso,
Possibilitar-me,
como tive, genuíno orgasmo espumoso?!...
E nisto nos
deleitando, chegara o duche a seu fim.
Ah como sempre
desejara ter uma vaca assim…
Faz o que lhe
mando, é carinhosa, não tem ciúme;
Quando nos
separamos, deixa, ainda assim, seu perfume
Espalhado em cada
íntimo recanto da minha pele –
Um eco de loucas
primícias de leite e mel…
Por isso, caros
amigos, se vaca assim sempre quisestes,
Façam como eu:
comprem um sabonete destes!....
El Rey Ninguém
(bovinamente
dedicado à higiene íntima)
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