Depois da
tempestade, vem a bonança,
Depois do prazer,
vem a cobrança…
Pois é, caro
Amigo, e agora a tua herança
Vai toda p’ra
fraldas de criança!
Julgavas tu,
outrora incansável onanista,
Que era só
andares por aí, a erguer a crista,
Qual cavaleiro
brandindo espada na Reconquista,
E agora… não há
desculpa que te assista!
Amigo, é assim
que um homem se lixa,
Quando não tem
noção donde mete a salsicha
E o desejo, qual
fogo, constantemente se atiça.
Às vezes,
pensarás, mais valia seres rabicha!...
E agora? Vais ter
que abandonar os estudos,
Trabalhar um dia
inteiro, por cinco escudos,
Aturar os sogros
(um par de jarretas carrancudos),
E, pior ainda,
uma mulher de sovacos peludos,
Pelos a sair, em
abundância, duma camisa de alças…
Quem te diria,
meu Amigo, a dançar estas valsas?
Afinal, caro
amigo, todas as promessas eram falsas…
Caramba! Porque o
não guardaste dentro das calças?!....
El Rey Ninguém
Nota: foto de Delfim Dias
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