Deus não quer, o
Homem sonha, a bandalheira nasce…
Deus não quis que
a democracia separasse,
Bem pelo
contrário, que irmanasse, unisse,
Como por milagre
trouxesse à superfície
O que é, em cada
um, espelho de virtude,
O exacto invés
seja do que for faceta rude
Na nossa humana
natureza, por certo falível…
Deus não quer, mas
tal caso sucede incrível
Que floresça no
fraco espírito do Homem –
No de alguns,
somente porque querem, e podem! –
Daninha erva que
desponta e logo alastra.
Trata-se, aliás,
de uma espécie tão nefasta
Que não há, qualquer
que seja e nos valha, herbicida
Que dê cabo, para
bem, dessa verdura fodida
Que se
assenhoreia, ruinando-o, de qualquer canteiro,
O à beira mar
plantado logo em lugar primeiro!...
Somos uma nação de poetas, mas, a sério, vejo poucos;
Estou mais crente
em sermo-lo, mas de loucos!
Louco, quando
sonha, sonha mas são delírios;
Logo daí a nada,
pior ainda, são martírios
O que sai daquela
tão mal ilustrada cabeça…
Quanto a Deus, não
quererá que nada disto aconteça,
Mas que fazer? Podemos
conhecer-lhe os desígnios,
Mas, cá em baixo,
somos nós que construímos
O que em regra tem
saído um aplaudido desastre!
Por isso Deus não
quer, mas o Homem sonha,
[e a bandalheira… nasce.
El Rey Ninguém
Nota: Imagem de AJ Caseirão (Desenho: Do Exército do Quinto Império)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMolto bene, Amico...Stupendo... "Et pur si muove..." ;)
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