‘Vem sentar-te
comigo, Lídia, à beira do rio…’
Diz o poeta, quiçá
latejante de cio,
Sendo que tal
pulsão, bem mais que anímica,
Vem a criar um
problema de Química.
É que o poeta,
declarando o seu Amor,
Fá-lo em plena
Ribeira do Jamor,
Ao passo que
Lídia, musa do seu desejo,
Molha, àquela
hora, seus pés no Tejo…
Sabendo que a
Ribeira, em seu curso multifário,
Vem a desembocar
no Estuário;
E sabendo que, por
uma questão sazonal,
É de 100 m3/
segundo seu caudal;
E atendendo também
a que o poeta,
Deparado co’ a
pluma erecta,
Sucumbe à
toda-poderosa lascívia,
Nele despertada
pelo cono de Lídia,
Logo seu viril
membro sacudindo
Para tais águas,
que vão seguindo;
Calcule, se é que consegue e pode,
Quanto levará a um
espermatozóide,
Movendo-se,
velozmente, a 3 nós,
A alcançar aquelas
águas, junto à foz,
Onde Lídia, que é
atrevidota menina,
Já decidiu
armar-se em varina,
Nelas imergindo,
sem pudor ou sensatez,
Arriscando-se a
inopinada gravidez…
Assim demonstre,
por A mais B, a solução,
Apresentando toda
e qualquer operação
Que evite, ao
Pessoa e antes que seja tarde,
O desvario de uma
acidental paternidade!...
Nota:
imagem de AJ Caseirão,
in
‘Desenho: Do Exército do Quinto Império’
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