Há dias em que só o acordar
já é duro,
Especialmente se acordamos
na pele de um burro…
Tudo o que fazemos se
assemelha a um coice;
Educação, decoro, respeito –
tudo isto…foi-se!
Se calha abrirmos a boca,
já não falamos,
A cada frase que
proferimos, na verdade, zurramos,
E mesmo que se queira fazer
um cumprimento,
Mostramos logo que o dia é
dia de ser jumento.
Portanto, se esperam de mim
cortesias, nem pó!
Não vai haver ‘olá’, ‘bons
dias’… somente ‘ihn-hóóó!’
Porventura acordo como
burro, vão-se-me as boas falas,
Vejo tudo afunilado, como
tivesse do burro as palas!
Que há-de um homem fazer,
quando acorda a escoicear?
Talvez o erro todo tenha
sido, tão-somente, acordar…
Vou sair a trote curto,
para a coisa não dar um estalo,
Pudera amanhã não seja
burro, mas tenha subido a cavalo!
El Rey Ninguém
(despertando, asininamente, para o mundo...)
Nota: foto da autoria de Delfim Dias.
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